segunda-feira, 9 de julho de 2012

Tabernáculo - Os Querubins no Propiciatório - Cap. 17


ÊXODO 25.18-22; 37.7-9


Querubins pela Bíblia
Não devemos confundir querubins com serafins (Is 6.2-6). Estes têm seis asas e particularmente estão associados com louvor. Os querubins são diferentes em número de asas e em ação. Ainda existem os anjos ministrantes (Hb 1.14; Dn 6.22; Mt 18.10; Lu 16.22; At 5.19), e arcanjos (Lu 1.19; Dn 9.21; Jd 1.9).

Podemos aprender muito de um assunto examinando como está usado na Bíblia. A primeira referência na Bíblia ao querubim é Gn 3.24. O seu lugar ao oriente do jardim do Éden, com uma espada inflamada, para guardar o caminho da árvore da vida, ou seja, para que o homem lançado fora, fique fora. Alguns estudiosos entendem com isso que a obra dos querubins era de verificar que o julgamento proferido por Deus contra Adão e Eva fosse feito. Pode ser isso mesmo.

Também estão relacionados com a habitação de Deus com Seu Povo - Ex 25.22, “e ali virei e falarei contigo ... do meio dos dois querubins”; I Sm 4.4, “a Arca da Aliança do SENHOR dos Exércitos, que habita entre os querubins”; II Sm 6.2, “Senhor dos Exércitos, que se assenta entre os querubins”; II Reis 19.15, “O Senhor Deus de Israel, que habita entre os querubins”; I Cr 13.6; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16.

Também estão relacionados com a comunicação de Deus ao Seu povo - Ex 25.22, “e ali virei e falarei contigo ... do meio dos dois querubins”. Isto é notado na dedicação do tabernáculo por Moisés. Moisés entrava na tenda da congregação para falar com Deus. Moisés “ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório,... entre os dois querubins”, Nm 7.89; I Cr 13.6; Também estão relacionados com o privilégio de ficar próxima da presença poderosa de um Deus Santo – II Sm 22.11, “E subiu sobre um querubim, e voou” (Sl 18.10); Ez 1.26-28, formar o trono de Deus; 10.1-22, visão dos querubins; 28.14, Lúcifer.

No Novo Testamento a palavra querubins é usada uma vez só como sendo parte do Tabernáculo – Hb 9.5. Mas seres que poderiam ser querubins estão relatados em Apocalipse 14.6-11 e outras instâncias do julgamento de Deus sendo derramado.

A Aplicação para Nós Hoje
Somando tudo que fala dos querubins pela Bíblia podemos resumir que eles representam a autoridade e poder judicial de Deus.

Pelo fato que os querubins estão no jardim do Éden, supervisionando que o julgamento contra o homem seja cumprido devemos aprender que o julgamento dos pecados é certo. O caminho para a vida eterna é barrado. O pecado do homem causou essa grande separação (Is 59.1-3). Não há como chegar a Deus sem responder pelo julgamento dos pecados. Pelos querubins serem feito de uma só peça com o propiciatório, e pelo sangue da expiação ser aspergido nesse, é apontado Cristo Quem de Si deu a Si mesmo na cruz, recebendo assim o julgamento do pecado de todo pecador arrependido (II Co 5.21; Tt 3.5; I Pd 1.18-21). Se os querubins representam a autoridade e poder judicial de Deus, por eles serem parte integral do propiciatório, sabemos que o pecador arrependido pela fé em Cristo pode chegar a Deus, até com ousadia (Hb 10.19). As duas testemunhas testificam dessa verdade.

Não há doutrina ou obra de igreja alguma nem intenção fervorosa e sincera suficiente para ultrapassar a espada inflamada do querubim que guarda o caminho para a vida. Não há obediência das Escrituras nem há manejo de ofícios em uma igreja verdadeira que podem substituir o necessário para ser declarado justo por Deus, ou seja, o arrependimento do pecador dos seus pecados e fé de coração na morte de Cristo. “Sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15.5). A justiça de Deus é satisfeita somente e eternamente por Jesus Cristo. Você tem como enfrentar a justiça de um Deus Santo?

Por ter muitas referências relacionando os querubins com a habitação, a glória e a presença de Deus e tudo isso no tabernáculo, podemos entender que somente pode o pecador ir a Deus por Cristo, e, também Deus somente relaciona-se com os remidos por Seu Filho, Jesus Cristo. Os querubins ensinam a salvação e a santificação.

A Salvação
Somente pode ter o pecador “ousadia para entrar no santuário” se for “pelo sangue de Jesus” (Hb 10.19-23). Cristo é a verdadeira habitação de Deus, o “Deus conosco” (Mt 1.23). Em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Como Deus habitava “entre os querubins”, Ele habita plenamente na pessoa de Cristo. Se o pecador não confia de coração em Cristo, o Salvador, deixa de ter esperança de conhecer a habitação de Deus e a glória de Deus. Ninguém pode entrar na presença de Deus rejeitando Cristo como o Deus conosco e o único Salvador dos pecadores arrependidos. Ao pecador que é cansado e oprimido pelos seus pecados, a mensagem desde o Velho Testamento é: Arrependei-vos e crede em Cristo. Apenas por Cristo o pecador terá a presença e a glória de Deus no seu coração como a presença e a glória de Deus habitavam entre os querubins.

A Santificação
A presença de Deus “entre os querubins” ensina da santificação dos que são salvos para Cristo. Somente por serem redimidos não quer dizer que os salvos estão sempre propícios para Deus se manifestar neles. O salvo peca e freqüentemente quebra a comunhão com o Pai. Com pecado em suas vidas, entristecem e extinguem o Espírito Santo e, portanto, a manifestação da Sua presença se ausenta. Para ter a expressão da presença de Deus na vida é necessário uma constante sondagem e lavagem pela Palavra de Deus (Sl 139.23, 24; I Jo 1.9). Como diz dos salvos em Hebreus 10, “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (v. 22). Tanto mais purificados os salvos, mais conforme à imagem de Cristo estão feitos.

O julgamento dos pecados é feito por Cristo. Ele é nossa justificação (representada pelo propiciatório). Isso nos dá direito para termos acesso a Deus. Com a constante lavagem, somos purificados para gozar a presença da Sua glória, autoridade e poder judicial em nossas vidas, ou seja, a manifestação aberta de Cristo em nossas vidas (representado pelos querubins do propiciatório).

Pelos querubins estarem no lugar Santo dos Santos é ensinado que o lugar onde a presença de Deus se manifesta deve ser reverenciado. Além da nossa santificação pessoal, o culto público que visa agradar Deus merece a mais alta veneração e acatamento solene. O lugar Santo dos Santos não era lugar de exposição da carne de nenhuma forma. A invenção do homem e a Arca da Aliança nunca se mesclaram (I Sm 5.2-4; II Sm 6.6-8). Portanto, onde a Palavra de Deus é aberta e Cristo pregado, a nossa atitude de coração, em qual habita Deus pelo Espírito Santo, deve ser de humilde submissão e pura adoração que visa obedecer e amar a Sua Palavra. Nada da carne do homem é aceito por Deus. Usamos os nossos corpos para cultuar a Deus, mas a sensualidade, excitação emocional, gritaria, e, em fim, tudo que é da carne, não agrada Deus. “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”, Jo 4.24.

Considerando que os querubins faziam parte integral do propiciatório de ouro puro, e por eles apontarem a Cristo, a nossa adoração e a santificação da nossa vida particular devem refletir o respeito do mais alto e solene grau para com a pessoa e obra de Cristo. Nunca devemos brincar com o nome da divindade, nem usá-lo de forma casual. Cristo é a menina dos olhos de Deus (Pv 8.30; Zc 2.8). Portanto, para agradar a Deus é lícito todo respeito ao nome de Cristo. Para o cristão maduro, é precioso (I Pd 2.7). Como vai o seu tratamento de Cristo, por Quem temos a presença manifesta de Deus em nós?

Lembrando ainda mais do fato da Arca da Aliança estar no Santo dos Santos, o nosso manejo do templo dEle, ou seja, o nosso corpo (I Co 6.19; II Co 6.16), deve ser de separação cuidadosa que não permita nada que desagrade Deus, o Verdadeiro Santo dos Santos (I Sm 2.2, “Não há santo como o SENHOR”). O que entra nele, o que veste nele, onde se leva ele, com quem se associa a ele, tudo deve ter a consideração da Sua santidade. A presença de Deus está em nós. Não contradiz pela sua vida, o que Ele é no seu coração!

Pr. Calvin Gadner

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